Desenvolvimento Pessoal: Coachs de Frases Feitas

desenvolvimento pessoal

O termo desenvolvimento pessoal se tornou um dos mais populares da atualidade.

É buscado por quem quer melhorar a produtividade, alcançar metas, ter mais foco ou simplesmente viver com mais propósito.

Em meio a essa busca legítima, surgiu um mercado bilionário de cursos, livros e… coachs.

O problema? Nem todo coach é confiável. E a proliferação de coachs despreparados é um problema real.

Eu mesma quase caí no conto de um, mas fiz questão de preferir me afundar em livros e palestras reais, até para me blindar psicologicamente.

A popularização do coaching (e seus efeitos colaterais)

Nos últimos anos, o coaching deixou de ser uma prática restrita ao mundo corporativo e se espalhou por todos os nichos: emocional, financeiro, de carreira, de relacionamento, de produtividade, de emagrecimento.

Isso, em si, não é um problema.

O problema está no modo como o termo “coach” passou a ser usado por pessoas sem formação adequada, experiência real ou compromisso com a ética.

Hoje, basta que alguém leia meia dúzia de livros de autoajuda, memorize algumas frases de efeito e pronto: vira “coach”.

Aparecem nos feeds com discursos prontos como:

  • “A zona de conforto é uma armadilha.”
  • “A vida é 10% o que acontece e 90% como você reage.”
  • “Você é o único responsável pelo seu sucesso.”

Essas frases são fáceis de compartilhar e geram engajamento, mas escondem um problema grave: elas não resolvem nada.

E pior: colocam uma pressão irreal nas pessoas, como se tudo dependesse apenas de mindset.

Não depende. É muito mais do que isso, aliás, mindset em si já engloba muito mais coisas.

O perigo do otimismo vazio

Frases motivacionais funcionam como pequenos tapas nas costas. Dão um empurrão momentâneo.

Mas quando você está enfrentando dúvidas sérias, bloqueios emocionais, traumas ou falta de direção clara, você não precisa de incentivo superficial.

Você precisa de profundidade, escuta e metodologia.

O problema dos coachs despreparados é justamente esse: eles não sabem lidar com complexidade.

Eles dão conselhos genéricos e tentam aplicar uma solução para problemas que são pessoais e profundos. Resultado?

Pessoas frustradas, sentindo-se culpadas por não conseguirem melhorar com “técnicas simples” que, na real, nunca foram pensadas para elas.

Coaching não é terapia (e nem deveria tentar ser)

Outro ponto importante: muitos coachs tentam atuar como terapeutas. E isso é perigosíssimo.

Traumas, transtornos mentais, bloqueios emocionais e questões psicológicas devem ser tratados com profissionais da saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras.

O coach não tem formação para isso.

Ele não está preparado para acolher esse tipo de demanda.

Quando um coach ultrapassa essa fronteira, ele pode causar mais dano do que ajuda. Pode reforçar a culpa, minimizar problemas reais ou dar conselhos perigosos. Um coach sério sabe reconhecer os limites de sua atuação.

Como identificar um coach não confiável

Nem sempre é fácil, mas alguns sinais são claros:

  1. Falta de formação séria: se o coach não apresenta uma formação reconhecida ou não fala abertamente sobre sua trajetória, desconfie.
  2. Promessas milagrosas: se ele promete mudar sua vida em 7 dias ou garantir sucesso em qualquer área, cuidado. Resultados levam tempo. (esse programa de 21 dias pode te ajudar a começar, mas deende total de você)
  3. Discurso clichê: se tudo que ele diz parece saído de um livro de autoajuda ou de um post de Instagram, é sinal de superficialidade.
  4. Foco em métricas vazias: seguidores, likes e viralização não são prova de competência.
  5. Falta de escuta ativa: coachs ruins falam demais e ouvem de menos. Eles querem ensinar, mas não entendem a real necessidade das pessoas.

O que é um coach de verdade?

Um coach profissional de verdade:

  • Passa por formações certificadas (como ICF, SBC, ou outras entidades sérias).
  • Trabalha com método, não com achismo.
  • Foca em resultados reais, com acompanhamento de metas.
  • Respeita os limites da atuação: não faz papel de terapeuta, mentor ou guru.
  • Atua como um facilitador: ajuda o cliente a enxergar, organizar, planejar e agir.

O bom coach é aquele que sabe que não é o protagonista. Ele é coadjuvante no seu processo. Ele te ajuda a enxergar caminhos, mas não dita qual você deve seguir.

Desenvolvimento pessoal é um caminho, não um destino

Não existe atalho para crescer de verdade. O desenvolvimento pessoal é um processo longo, constante e, muitas vezes, desconfortável. Envolve:

  • Encarar suas fraquezas.
  • Assumir responsabilidades.
  • Rever crenças limitantes.
  • Experimentar, errar e corrigir a rota.

Por isso, é fundamental estar em contato com profissionais sérios, que respeitam sua história, sabem conduzir processos e, principalmente, não se colocam como donos da verdade.

Como escolher um coach confiável

  1. Pesquise a formação: veja se ele possui certificações reconhecidas e qual é a base do seu conhecimento.
  2. Converse antes: agende uma sessão exploratória. Veja se há empatia, escuta e clareza.
  3. Peça referências: clientes antigos podem contar como foi a experiência.
  4. Analise o discurso: fuja de promessas milagrosas ou de quem vende fórmulas.
  5. Avalie os resultados: o que ele entrega de verdade? Como mede progresso?

Conclusão: o coaching ainda é uma ferramenta poderosa (quando bem aplicada)

Apesar dos exageros e das distorções, o coaching não é o problema.

O problema é a banalização da prática.

O coaching verdadeiro é sim uma das ferramentas mais eficazes de desenvolvimento pessoal e profissional. Ele ajuda pessoas a destravar potenciais, ganhar foco e traçar caminhos com mais clareza.

Mas é preciso separar o joio do trigo.

Não caia no conto do coach de Instagram.

Busque profundidade, consistência e comprometimento real com o seu crescimento.

Coaching é sobre você. Não sobre o ego de quem te orienta.

Veja aqui como eu mesma fui atrás do meu próprio desenvolvimento pessoal, buscando profissionais de verdade.

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