Respira fundo. Esse post não é sobre morte. É sobre vida. É sobre escolhas. E um pouco de culpa. E sobre como, com uma simples escolha de rota, playlist ou companhia, a gente pode estar assinando o roteiro do próximo capítulo da nossa história… ou o último.
Mas antes de você sair correndo achando que isso aqui vai virar um TED dramático de autoajuda de 2007: CALMA. Eu prometo que o tom é outro.
Afinal… quem não ama uma boa reflexão sobre escolhas com um toque de sarcasmo, uma pitada de humor e uma colher de sobremesa de “eita, nunca pensei nisso”?
A Juliana, a Trilha e o Vulcão
Não. Esse texto não é sobre a Juliana. Nem sobre o vulcão. Nem sobre o quanto a gente se acha invencível quando viaja pra fora. E nada como quando decide fazer algum esporte radical.
Não vou falar aqui sobre a decisão de fazer uma trilha perigosa, sem equipamento ou treinamento necessário. Não vou falar também do despreparo de um conjunto de fatores.
Afinal, tantas Julianas, trilhas e vulcões no mundo que podem dar certo juntos, ou não.
Esse texto é sobre uma coisa muito mais cotidiana: a gente faz ESCOLHAS o tempo TODO. E acha que só vai dar merda quando for uma decisão grandona. Tipo mudar de país. Casar. Ter filho. Mudar de emprego.
Mas, pasme, a maioria das cagadas que viram reviravolta na nossa vida começa com uma decisãozinha besta. Dessas que a gente toma mastigando um lanche, sem nem olhar pro que está fazendo de verdade. Sem saber a dimensão disso.
O Efeito Dominó das Escolhas e a Culpa
Já parou pra pensar quantas escolhas você fez HOJE?
- Levantar ou dormir mais 5 minutos
- Ir de metrô ou pegar um Uber
- Ignorar aquela mensagem ou responder na hora
- Comer salada ou pedir um pastel com coca zero (porque o zero não conta)
Pois é. Tudo isso tem CONSEQUÊNCIA. Talvez não hoje. Talvez não amanhã. Mas um dia, uma dessas micro-escolhas vai bater na porta com uma placa escrita: “Lembra de mim? Sou a sua decisãozinha de 10 segundos. Vim cobrar o boleto.”
E não, isso não é uma ameaça. É só a vida sendo… a vida. Retorno. Ação e reação. Começo, meio e fim.
Consequências não são castigos. São respostas. E mesmo quando a gente “não quis nada demais”, o universo entende como um voto de intenção. E devolve.
Se Tivesse Escolhido Diferente…
Quantas vezes você já pensou isso? “E se eu tivesse ido?” ou “E se eu tivesse ficado?” ou “E se eu não tivesse comido aquele japa rodízio?””E se eu tivesse mais presente naquele momento?”
Esses “E SE” são os fantasmas mais irritantes e mais humanos da existência. Eles aparecem quando algo sai do controle e você tenta encontrar um ponto de retorno. Uma bifurcaçãozinha lá atrás onde, quem sabe, se tivesse virado à esquerda em vez de à direita, tudo estaria diferente.
Spoiler: Às vezes, estaria MESMO.
Mas sabe o que é mais doido? Às vezes estaria pior.
Ou seja: ruim de qualquer jeito. Mas pelo menos você escolheu com consciência? E você nunca vai saber, porque a vida paralela de outra dimensão não se conecta com essa…
A Culpa Que a Gente Adora Terceirizar
Vamos encarar: tem um esporte que a gente joga como profissional desde criancinha. Não é futebol. É o JOGO DA CULPA.
A culpa é sempre de outro:
- Do amigo que chamou
- Da influenciadora que recomendou
- Do governo
- Do tempo
- Do universo conspirando contra
E claro… se der certo, o mérito é todo seu. Se der errado, você é vítima. Ou seja, tá tirando o seu da reta quando a coisa fede.
Essa mania de jogar a responsabilidade pro colo alheio é fofa… até a vida cobrar a conta com juros.
ASSUMIR RESPONSABILIDADE não é se culpar por tudo, é entender que cada escolha sua é UM VOTO no futuro que você quer (ou não). Toda escolha, TODA, tem consequências. Juliana quis ir fazer uma trilha de montanhismo sem equipamento e roupa adequada porque não recebeu orientações suficientes, ou porque quis assim? O resgate demorou porque quis ou porque existem fatores externos arriscados?
A culpa é de quem?
A resposta é desconfortável mas libertadora: É SUA. Pelo menos em grande parte.
Porque você escolhe:
- Quem ouve
- Quem segue
- Quem ignora
- O que prioriza
- Onde pisa
- Onde ir
- O que fazer
E cada uma dessas escolhas tem consequência. Às vezes, imediata. Às vezes, em forma de avalanche silenciosa. Mas sempre tem. Porque a vida, mesmo quando parece aleatória, tem memória. E ela cobra. Cobra com juros compostos.
Sabe qual o maior alívio? Quando você entende isso, você PARA de repetir padrões. Porque se você criou, você pode descriar. E criar algo melhor.
As Pequenas Escolhas Que Ferram (Ou Salvam) a Gente
Vamos falar de forma prática agora. Abaixo está uma listinha que talvez funcione como um tapa na cara… ou um cafuné cerebral:
- Escolha o que você consome. E não tô falando de comida (só). Mas do que você vê, ouve, lê, comenta. A mente absorve tudo… e cospe de volta em forma de atitude.
- Escolha com quem você anda. Porque tem gente que arrasta a gente pra cima… e tem gente que não deixa a gente sair do buraco nem com escada e guindaste.
- Escolha o que você ignora. Nem tudo vale sua energia. Nem tudo é ofensa. Nem tudo precisa de resposta. Mas ALGUMAS COISAS sim.
- Escolha onde você pisa. Literalmente. Olhe o chão. Olhe o clima. Olhe os riscos. Não seja o próximo protagonista do “não achei que fosse perigoso”.
- Escolha o que você carrega. Emoções, pesos, traumas, gente que não solta da sua perna… larga isso tudo.
Exemplo pessoal:
Uma vez eu quase entrei num barco lotado, sem colete, porque “parecia seguro” e o guia era simpático. A única coisa que me impediu foi o desconforto de um pressentimento que não calava. Aquela vozinha que chamam de medo, mas que me puxava pra trás.
Detalhe: choveu horrores, o barco voltou mancando, e no noticiário do dia seguinte… bem, você pode imaginar.
Se eu tivesse ignorado minha intuição? Provavelmente estaria escrevendo esse texto do andar de cima.
Mas como eu ia saber? A culpa seria minha?
E pessoas que decidem viajar, pegar um vôo, e outras que decidem não ir ou acontece algo que as impedem de embarcar, e o avião sofre um dano fatal? Culpa de quem? Do piloto? Do avião? Das pessoas que embarcaram? Não dá pra responder, porque pequenas decisões de cada um, em conjunto, determinam a consequência de um efeito dominó.
Algumas Doses de Realidade Pra Te Ajudar a Pensar
Pra fechar (ou abrir) sua mente:
- Sua vida é resultado das DECISÕES que você toma (ou deixa de tomar)
- Não decidir é uma decisão. E geralmente, das piores.
- Intuição é sabedoria disfarçada. Respeita.
- Você não controla tudo, mas controla MAIS do que imagina.
- Pensar antes de fazer não é fraqueza. É inteligência emocional.
- Desistir de algo nem sempre é fracasso. É sabedoria.
- Ter RESPONSABILIDADE é ter poder. Quem assume a merda, assume a mudança também.
- Toda decisão carrega um pacote: uma consequência visível e várias invisíveis. E elas vêm, cedo ou tarde.
No Final das Contas…
O mundo não é justo. As tragédias são reais. E, sim, tem coisa que foge do nosso controle. MAS tem MUITA COISA que não foge. E é nela que você tem que colocar foco.
Porque no fim, a pergunta não é “por quê isso aconteceu com ela?”.
Mas sim: “o que EU tô escolhendo hoje que pode mudar o MEU amanhã?” “Que pequenas escolhas eu tô fazendo desde já que vão me levar a fazer escolhas diferentes amanhã?”
Chega de apontar dedo. O governo, a sociedade, as redes sociais, blábláblá…
Assuma o volante. No fundo, você não é covarde.