Senta, respira… e segura essa xícara de café. Porque o que eu vou dizer agora pode DOER — mas, assim como uma vacina contra a gripe da realidade, talvez seja exatamente o que você esteja precisando.
Você já ouviu falar no Labubu? Aquele bichinho esquisito, com olhos de trauma coletivo e cara de que escapou de um pesadelo psicodélico infantil? Pois bem, ele virou FETICHE. E não estou falando de uma moda passageira… estou falando de gente ADULTA dormindo com ele, fazendo unboxing com luvas de cetim e, pasme, chorando quando ele “chega danificado”. Pagam até um milhão de reais pelos bonecos raros.
E os bebês reborn? Ah… esses já são figurinha carimbada no álbum da carência emocional humana. Bebês de silicone que custam mais que o aluguel do meu apartamento — e são tratados como se fossem reais. Com fralda, roupinha, berço, passeio de carrinho no shopping… e até certidão de nascimento. Ultimamente fazem visistas ao pediatra…
Sim, estamos nesse nível.
A Sociedade que Escolheu Amar Plástico
Antes de você dizer “ah, mas cada um com sua loucura” — sim, claro. Mas quando a loucura começa a virar regra, a gente precisa falar sobre isso. Precisamos, sim, meter o dedo na ferida… e girar um pouco.
Estamos diante de um fenômeno onde adultos emocionalmente vazios estão preenchendo buracos afetivos com bonecos.
Isso não é fofura. Isso é SINTOMA.
E como qualquer sintoma, ele está nos dizendo algo grave: as pessoas estão tão traumatizadas com relações humanas que estão optando por vínculos com objetos inanimados. Porque o boneco não te trai. Não te rejeita. Nem responde. Muito menos confronta. E principalmente: não exige nada emocional de você.
E é aí que mora o problema.
Como Chegamos Aqui?
Essa moda do Labubu e dos bebês reborn não é só uma onda passageira da internet. É o resultado de:
- Uma cultura de hiperexposição emocional no TikTok onde sofrer virou estética
- Um mercado que lucra com a carência emocional e infantilização de adultos
- Uma geração que cresceu sem ser ouvida, que agora projeta o “cuidado” que nunca teve… em objetos
Estudos como os da neurocientista Lisa Feldman Barrett, da Northeastern University, mostram que nosso cérebro associa objetos com valor emocional como uma forma de autorregulação afetiva.
Ou seja: as pessoas estão usando bonecos para regular EMOÇÕES. Fugir da realidade. Fantasiar.
Substituindo Terapia por Plástico
Vamos ser sinceros: cuidar de um bebê reborn não é “brincar de boneca”. É uma fuga psicológica cara, que substitui relações reais por fantasias controláveis.
Isso tem um nome: Evitação emocional disfuncional.
Agora, pega esse conceito e coloca na balança da sua vida afetiva. Tá pesado, né?
Sintomas da Fuga Emocional com Bonecos
Sinais de que você pode estar exagerando na dependência emocional com bonecos:
- Tratar o Labubu como se tivesse personalidade própria
- Ficar irritado se alguém toca seu boneco
- Gasto excessivo com acessórios de bebê reborn
- Ansiedade se o boneco não chega “perfeito”
- Se referir ao boneco como “meu filho” com emoção
A Cultura da Infantilização Coletiva
Estamos vivendo uma regressão emocional em massa. Adultos que buscam segurança em experiências da infância como forma de escapar do mundo real.
E o mercado? Batendo palmas. Vendendo “experiências afetivas” em forma de boneco.
As Consequências Mentais São Reais
De acordo com Susan Pinker, psicóloga e autora de “The Village Effect”, pessoas que substituem interações reais por objetos:
- Têm mais risco de depressão
- Apresentam aumento no cortisol (hormônio do estresse)
- Reduzem empatia
- Têm mais dificuldade em manter relações afetivas reais
Boneco Pode, Carência Emocional Disfarçada Não
Calma, não precisa queimar seu Labubu na fogueira da sanidade emocional… Mas vamos colocar cada coisa no seu lugar.
Você pode gostar de bonecos. Pode achar fofo. Pode até colecionar. O problema é quando você começa a projetar toda a sua necessidade de afeto nesse boneco.
A pergunta não é “posso ter?”. A pergunta é: por que EU PRECISO tanto disso?
Como Voltar à Realidade Emocional
Dicas práticas para resgatar sua sanidade afetiva:
- Comece terapia com um humano
- Construa vínculos reais (mesmo que doam)
- Aceite a frustração da vida real
- Reflita: o que você está evitando sentir? Tá fugindo do quê?
- Treine empatia com pessoas, não bonecos
Conclusão: O Preço de Substituir Amor por Fantasia
A verdade é simples: estamos adoecendo emocionalmente. O Labubu não vai te curar. O bebê reborn não vai te acolher. E o mercado está lucrando com sua carência. C A R Ê N C I A.
Quer sair disso?
Pergunte-se: por que você tem tanto medo de amar gente de verdade?