Por que a Série Irmãos Menendez É Imperdível

monstros irmãos menendez

É difícil assistir a série Menendez e não ficar totalmente imersa no turbilhão emocional e psicológico que ela traz à tona. Baseada no chocante caso real dos irmãos Menendez, que assassinaram os próprios pais, a série vai muito além do sensacionalismo comum em produções do gênero true crime.

O que temos aqui é um mergulho profundo em temas como abuso, opressão familiar, e o impacto psicológico de uma criação disfuncional.

O QUE ME PRENDEU NA SÉRIE

Antes de qualquer coisa, preciso dizer: QUE ROTEIRO! A narrativa da série é construída de forma a nos fazer questionar constantemente quem são os vilões da história.

É impossível não simpatizar, mesmo que em momentos breves, com os irmãos Lyle e Erik. E essa empatia não é gratuita, mas habilmente construída por meio de flashbacks, depoimentos emocionantes e atuações de tirar o fôlego.

Aliás, o elenco é um espetáculo à parte. Os atores que interpretam os irmãos Menendez (confesso que procurei o nome deles no Google porque eles merecem todo o reconhecimento) entregam performances viscerais, que nos fazem sentir o peso de seus traumas e, ao mesmo tempo, a culpa esmagadora que carregam.

CRÍTICA OU UM ATO DE REFLEXÃO?

O que me deixou mais impactada é como a série levanta um espelho para a sociedade. É fácil apontar o dedo e classificar os irmãos como monstros frios, mas a série nos desafia a ir além do julgamento superficial.

Ela questiona até que ponto o ambiente em que somos criados pode nos moldar e até mesmo nos quebrar. E aqui entra um ponto crítico: será que o sistema de justiça foi justo com os Menendez?

A série escancara a desigualdade do sistema, principalmente na forma como o abuso familiar é tratado quando comparado ao assassinato propriamente dito. Lembrando que estamos falando dos anos 90, e o abuso aqui não é com meninas, e sim, com meninos, o que cria uma desconfiança a mais.

O drama de um lar opressor muitas vezes é colocado em segundo plano, como se não fosse um fator relevante. A série, de maneira perspicaz, joga essa discussão no nosso colo, deixando a resposta em aberto.

PONTOS FORTES (E UM PEQUENO PORÉM)

Além do roteiro e do elenco, a direção é impecável. As cenas de tribunal são tensas, emocionantes e cheias de nuances. É quase impossível não sentir a angústia dos personagens, especialmente nos momentos de reconstituição dos abusos.

A forma como tudo é contado me perturbou um pouco, achei bem chocante, mas necessário para entender até que fundura vai essa história.

A raiva, fúria e ódio dos irmãos na hora dos tiros… aquilo é resultado de algo muito perturbador para eles. É quase hipnótico.

Meu único “porém” (se é que podemos chamar assim) é o ritmo da série em certos episódios. Há momentos em que a narrativa parece se alongar desnecessariamente, como se estivesse enchendo tempo. Mas, sinceramente, isso não tirou o brilho da experiência como um todo.

Minha Opinião Sobre o Caso…

Não vou me colocar em posição de opinar com base apenas na série, mesmo porque é uma obra onde há ficção misturada com realidade.

Recomendo que você assista também ao documentário na Netflix, onde os dois irmãos dão seus depoimentos por áudio diretamente da prisão, bem como relatos de pessoas que estavam relacionadas com o caso na época. Ali você terá uma clareza imensa sobre o caso e poderá tirar suas conclusões.

Na minha opinião, o abuso aconteceu. O pai era realmente tudo o que falaram. Contudo, isso NÃO DIMINUI O CRIME QUE COMETERAM.

Mas o crime não pode ser julgado isoladamente. Há a motivação, e não foi por qualquer coisa.

Acredito que existe uma diferença muito grande entre a justiça daquela época, e da atual. Hoje em dia, como seriam julgados e condenados esses dois irmãos? Quais fatos levar em consideração?

Na época do julgamento que condenou à prisão perpétua sem condicional, muitos fatos foram omitidos, muita influência da mídia e da sociedade por conta de outros criminosos, enfim…

Assista primeiro a série, e depois vá correndo ver o documentário.

POR QUE VALE A PENA ASSISTIR?

Se você gosta de séries que fazem mais do que entreter — que provocam, incomodam e deixam questões reverberando na sua cabeça —, Menendez é uma escolha certeira. É uma aula de empatia, sem cair na romantização do crime, e um lembrete poderoso de que nem tudo é preto no branco.

Talvez você termine a série sem uma conclusão clara sobre o que pensar dos irmãos Menendez, mas, no final, essa é a verdadeira intenção: nos forçar a refletir sobre a complexidade do ser humano, sobre como a mente humana é moldada na criação e como isso afeta os atos posteriores.

E você, já assistiu? Fica aqui minha recomendação calorosa… e meu convite para debatermos juntos sobre essa produção tão impactante! (a trilha sonora me viciou **)

**SPOILER ALERT! Sobre as Cenas Finais de Menendez**

Se você ainda não terminou a série, talvez seja hora de salvar este texto para depois. Mas, se já chegou ao final impactante, vamos falar sobre AQUELA cena… Sim, a da separação na estrada.

Os últimos momentos de Menendez são um soco no estômago. Depois de acompanharmos toda a jornada dos irmãos Lyle e Erik, chegamos ao ponto mais doloroso e simbólico da história: a separação física deles. A cena é simples, sem grandes firulas, mas carregada de emoção e significado.

O momento em que eles são colocados em veículos diferentes, sabendo que possivelmente nunca mais estarão juntos, é de partir o coração.

O impacto dessa cena vem justamente do contraste. Durante toda a série, vemos como os dois, apesar de todas as dificuldades, mantêm uma conexão intensa, quase visceral. Eles compartilham tudo: medos, traumas, segredos e, claro, a culpa pelo que fizeram.

A separação na estrada, então, é quase como cortar um laço vital entre eles. É simbólico do início do fim — não só do julgamento, mas da vida como eles conheciam.

A direção aqui merece aplausos. A câmera foca nos olhares deles, cheios de dor e resignação. Não há trilha sonora exagerada ou diálogos dramáticos, apenas o silêncio e o barulho dos carros seguindo caminhos opostos.

É angustiante. É devastador. E, ao mesmo tempo, é um encerramento perfeito para a narrativa, mostrando como, apesar de tudo, cada um agora está sozinho com seus próprios demônios.

Essa cena me deixou refletindo por muito tempo. Não importa se você simpatiza ou não com os irmãos Menendez, o peso emocional dessa separação é inegável. Ela nos força a encarar o lado mais humano da história, despido de julgamentos e cheio de fragilidade.

E a última cena de todas, foi uma visão que me deixou confusa. Devido a tantos abusos, o estado mental paranóico dos irmãos Menendez estava bem deteriorado, mas fica uma reflexão sobre todo o contexto.

Se você, como eu, ficou pensando nisso por dias, bem-vindo ao clube! Que cena magistral.

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